Capitulo 1

- Papai, conta uma historia pra gente? - Lucas disse enquanto pulava na cama na qual ele dormiria e em seguida deitou.

- É papai, conta? - Disse Clara puxando seu ursinho da estante e deitando também.

- Uma historia do que? - Perguntou o pai enquanto os cobria.

- De amor! - Clara logo se manifestou.

- Não, de amor não, de pirata!

- De pirata o papai contou ontem, hoje quero a mais linda historia de amor!

- A mais linda historia de amor?

- Sim papai, a mais linda que já ouviu.

- Bom, então lhes contarei a minha com a mamãe.

- Não papai, essa a gente já sabe, mamãe contou! - Lucas respondeu.

- Então lhes contarei uma que ouvi a um tempo, historia real e linda, que me encantou... Uma vez, duas crianças brincavam na escola, um menino e uma menina...

Quando o pai olhou para seus filhos e viu que eles já estavam dormindo. Sorriu, deu um beijo em cada um deles e saiu, apagando a luz. O pai, ainda sem sono, foi até o escritório e sentou em sua cadeira giratória, pensando na historia que a minutos começou a contar aos filhos. A historia que havia acompanhado da "coxia". 

A muito tempo atrás...

Uma vez, duas crianças de oito anos brincavam numa escola de Campo Grande.

- Luan, para, eu não alcanço! - Emanuela reclama pro amigo, que subia numa casinha da arvore com sua pulseira que ela havia ganho de seu avó já falecido quando nasceu.

- Manu, para de ser medrosa, sobe!

- Luan, eu tenho medo de altura, me devolve minha pulseira.

- Só se você subir! 

- Eu não vou subir Lu, me devolve...

- Vem, eu te ajudo! - Ele disse segurando em sua mão e a ajudando a subir. 

Ela subiu e quando chegou lá em cima, tremeu com a altura. 

- Lu, to com medo.

- Não precisa ficar, to sua pulseira. - Ele disse colocando em seu braço novamente.

- Lu, eu quero descer!

- Você tem que enfrentar seus medo, uma vez meu pai me disse isso.

Emanuela começou a chorar disfarçadamente. Ao ver aquilo, Luan se manifestou.

- Ei, não chora, por que você é tão delicadinha? Tão meiga.

Emanuela apenas sorriu e Luan segurou em sua mão e a ajudou descer. Logo a professora os chamou, eles iriam embora. A mãe de Luan havia chegado, assim com a de Manu. Eles se despediram e foram embora, sem saber que não se veriam no dia seguinte. Ao chegar em casa, o pai de Emanuela contou a mãe que eles se mudariam em dois dias, pois havia sido transferido para o Sul no trabalho. 

Num quarto de Londrina o sol acorda Emanuela, que levanta assustando, perguntando onde estaria. Sua cabeça doía, resultado de bebida com uma noite mal dormida. Olha pro lado e vê um homem. É, ela não se lembrava o nome dele. Olha as horas, estava atrasada. Ela levanta rapidamente, procurando roupas que se encontravam espalhadas pelo chão. Se veste, pega seu salto que usou na noite anterior e sai pra rua descalça, sem deixar um bilhete. As pessoas a olhavam. Uma garota vestida de preto, forte maquiagem e cabelos longos soltos numa bagunçado proposital correndo pela rua descalça, não é comum de se ver. Pega o primeiro táxi que encontra pedi para que corra para o endereço onde ficava sua casa. Ainda era cedo, mas ela tinha um compromisso. Logo estava em casa, tomou um banho correndo e se trocou rapidamente, pegou sua pasta com as suas precisas composições. Seu sonho era se compositora, e ela estava preste a realiza-lo. Desce as escadas correndo, mas foi parada pela sua mãe.
- Manu, vem tomar café!
- Não mãe, estou atrasada!
- Caiu da cama? Onde vai tão cedo?
- Vou levar umas music...
- Mas ainda nessa historia de musicas? Você devia procurar uma faculdade, musica não vai pra frente!
- Mãe, de verdade? Eu não me importo com sua opiniãozinha ta bem? Larga do me pé.
Emanuela saiu sem dizer mais nada. Pegou seu carro e dirigiu até o escritório da dupla Fernando & Sorocaba. Não era o que ela sonhava, mas estava bom. Ela queria suas musicas tocadas por bandas de rock famosas do Brasil todo, e quem sabe do exterior. Mas nada tinha surgido até agora, então podia se o sertanejo mesmo. Ela nunca desistiu, afinal, esse era o único sentimento que tinha dentro do peito. Ela não amava, ela não chorava, ela não sorria - a não ser quando estava em seu mundo: baladas, homens e bebidas. - mas ela tinha esse único sonho, e era atras dele que ela estava. 


O que acharam? Continua ainda hoje depois de comentários...